LIVINGSTONE
MANGA
STATUS
COMPLETE
VOLUMES
4
RELEASE
February 5, 2015
CHAPTERS
23
DESCRIPTION
Ninety percent of our lives are determined by our fate, and our fates are determined by our "souls." But every now and then, something goes wrong and the souls of those who have met an untimely fate also pollute their environs, drawing more souls into a vicious circle of ill fate. Sakurai and Amano are an odd-couple team who have been hired to deal with the problems that arise from these tainted souls and have been tasked with finding those who are heading to an early grave to either prevent them from dying or collect their livingstones before they do further damage.
(Source: Kodansha USA)
CAST
Amano
Sakurai
Kae
CHAPTERS
REVIEWS
thankyoubasedgod
50/100Nossa que premissa daora e interessante, o Maekawa com certeza não vai estragar isso.... né?Continue on AniListIntrodução LivingStone, escrito por Tomohiro Maekawa e desenhado por Jinsei Kataoka, tem uma premissa extremamente única, o mangá conta a história de Amano e Sakurai em sua rotina de trabalho como coletores de almas, uma profissão que tem o objetivo de prevenir que almas perdidas impactem negativamente o destino das pessoas que passam pelos locais em que elas morreram e, que caso o destino dessas pessoas seja afetado, cabe aos dois impedirem que elas morram antes da hora ou coletar suas "Livingstones" antes que as coisas saim do controle. A obra tem uma estrutura episódica que em cada ocasião vai trabalhando ideias e temas diferentes enquanto constrói a sua própria mitologia e identidade de forma a sempre trazer situações e dilemas diferentes (que nem em [Mushishi](https://anilist.co/manga/30418/Mushishi/), [Mononoke ](https://anilist.co/anime/2246/Mononoke/)e [Natsume book of friends](Natsume's Book of Friends )) como: "e se uma dessas almas perdidas estivessem em um hospital?" ou "animais têm almas? E se eles tem, eles teriam livingstones?" e assim por diante, que vão se complementando (ou não) ao longo de 4 volumes e 23 capítulos.
História Apesar de ter ideias interessantes, Livingstone nunca consegue realizar esse potencial absurdo que elas tem e, conforme eu fui lendo e esse mistério de ainda não estar familiarizado com o mundo do mangá foi se perdendo com o passar dos volumes, mais eu comecei a sentir que a escrita do Maekawa era preguiçosa e superficial demais pra usar 100% desse conceito, e uma das maiores provas disso é que na introdução eu propositalmente ocultei o fato de que o Amano e Sakurai são muito mal pagos pelo trabalho deles, pelo simples fato de não ser relevante pra história, o chefe deles é um pé-rapado que tem como escritório uma tenda insalubre perto de um rio, o único meio de locomoção deles é uma bicicleta, eles não são respeitados pelo público em geral e passam por muito perrengue só pra fazerem o próprio trabalho, o trabalho deles é simplesmente UMA MERDA ao mesmo tempo que é um dos pilares que sustenta a sociedade, que nem os caminhoneiros e os garis, se quem está trabalhando com a coleta de almas parar, a sociedade vai ficar mais caótica e eventualmente entrará em colapso e em nenhum momento o mangá aborda o quão desvalorizado esses caras são pela sociedade como um todo, apesar de o tempo inteiro flertar com o quão merda é o trabalho deles, o mais perto disso é quando o Sakurai fala pro superior dele o quão cansado mentalmente e frustrado ele tá com o trabalho e o chefe praticamente dá um sermão nele falando como ele deveria se sentir satisfeito pelo bem social que o trabalho dele causa, o que pra mim é absurdo demais porquê ninguém, por exemplo, vai falar pra quem trabalhou em condições análogas à escravidão lá no Lollapalooza, com jornadas de trabalho de 12 horas e dormindo no chão pra ter tempo de cumprir as metas, que ele deveria ignorar as condições precárias em que ele estava só porque o trabalho dele no final vai gerar uma atividade de lazer e cultura pra milhares de pessoas, só o empregador desse cara falaria algo assim e ele iria falar isso porque ele quer ter o mínimo possível de despesas pra ter mais lucro, e acho que é bom nesse momento pontuar que eu não tô projetando uma cobrança absurda de naturalismo e direitos trabalhistas na história, a PRÓPRIA história múltiplas vezes cita e usa esses elementos, só que o Maekawa prefere usar ou como piada de fundo o Sakurai falando que vai ter que pegar um empréstimo do banco pra pagar qualquer coisa ou pra "começar" um debate complexo que ele trata da forma mais banal e rasa possível, e isso se aplica a praticamente todas as ideias do mangá, elas são interessantes e seriam ótimas se elas não fossem tratadas de forma tão desinspiradora e preguiçosa por quem escreveu elas, e mesmo quando elas são bem executadas e o mangá tem uma sacada boa que nem no final, ainda persiste um sentimento de: "poderia ter sido melhor", já que nenhum tema do mangá foi totalmente realizado ou levado a seu limite criativo o que é uma pena e faz com que a experiência de ler esse mangá por natureza seja frustrante/entediante. Outro exemplo, só pra enfatizar esse desperdício de ideias, no capítulo 8 do mangá a gente é apresentado a um conceito chamado Powerstone, que são Livingstones que conseguiram se manifestar no mundo real e agora são vendidas como se fossem joias, olha que ideia FODA cara, existe toda uma indústria que lucra em vender a alma cristalizada de pessoas que já morreram, a quantidade de coisas que dá pra fazer com um conceito desses, desde o próprio aspecto financeiro até o aspecto moral e jurídico disso, é enorme e, sabe como o Maekawa desenvolve isso? Apresentando de forma casual como se a gente já conhecesse isso e tivesse só lendo umas linhas pequenas pra refrescar a memória de um conceito já familiar e com os personagens agindo como se as Powerstones fossem a coisa mais normal do mundo sem dar qualquer tipo de indício pro leitor do porquê isso não afeta eles moralmente, nem mesmo o Sakurai, o emotivo do grupo que é o tempo inteiro caracterizado como sendo sensível, faz um único comentário falando "Nossa, antes eu não gostava dessas lojas por pipipopopo" que resolveria na hora esse problema e daria mais um insight legal sobre o mundo da obra, não bastando isso ele não faz NADA com o conceito em si no capítulo e sim dá mais foco pra uma garota de 5 anos que foi influenciada pela Powerstone de uma prostituta e que tenta seduzir o Sakurai, toda essa situação nojenta só acontecendo pra mostrar que crianças de até sete anos conseguem se conectar com maior facilidade com as memórias presentes em uma powerstone (isso nunca é resgatado no mangá depois e é esquecido logo depois desse capítulo), e tá, beleza que você descartou uma ideia foda por outra mais boba e com um exemplo exuberantemente horrível, MAS COMO QUE NINGUÉM RESPONSABILIZADO EM VENDER ESSAS PEDRAS TEM CONHECIMENTO DISSO E DEIXOU ESSA CRIANÇA BRINCAR COM AS POWERSTONES??? Os donos dessas lojas de powerstones vendem esses produtos de forma legal, eles tinham que ter o mínimo de conhecimento sobre como funciona e o folclore por trás delas para evitar qualquer tipo de acidente, ainda mais levando em conta a _natureza_ desses objetos e, mesmo que isso não tenha confirmação científica dentro da história já que a scan americana usa "It's said" dando tom de mito em vez de um "It's confirmed that..." que seria algo com mais acurácia, é mil vezes melhor prevenir do que ter que remediar, deixar uma criança longe desses ambientes ou com alguém as vigiando é bem mais seguro do que deixar elas ao acaso, e isso é algo que qualquer pessoa com bom senso chegaria como conclusão se pensasse nisso por uns 3 minutos, o que me faz questionar, O MAEKAWA PENSOU AO MENOS 3 MINUTOS ANTES DE ESCREVER QUALQUER COISA PRESENTE NESSE CAPÍTULO OU ELE SÓ FOI ESCREVENDO O QUE DAVA NA TELHA??? Chega a ser uma ofensa o quão preguiçoso e negligente esse cara é com as PRÓPRIAS IDEIAS dele, porque isso deixa um sentimento de que ele tá privando a gente de aprender mais sobre esse mundo e ver mais as peculiaridades desse conceito porque ele simplesmente NÃO QUER MOSTRAR DIREITO, não é trabalho do leitor imaginar cenários coesos pra história que ele tá lendo, isso é trabalho do autor que tem que imaginar essas coisas e aplicar elas na história em vez de ficar com os cenários mais medíocres possíveis só porque ele tá com preguiça de desenvolver.
Personagens Os personagens de Livingstone sofrem em sua maioria dos mesmos problemas que a história tem, muitos deles são chatos e não tem tempo de tela o suficiente pra verdadeiramente se tornarem personagens e não pedaços de papelão com zero características, com a [Kae ](https://anilist.co/character/24968/Kae) sendo o maior exemplo disso (eu tive que ir atrás do nome dela pra citar porque eu não lembrava), e olha que a Kae é uma personagem recorrente no mangá a ponto de ser a única que tem uma página do anilist além da dupla do Amano e Sakurai, é nessas horas que o aspecto episódico do mangá atira no próprio pé dele, se nem a Kae que aparece mais do que a grande maioria consegue ser algo, imagina os personagens que são exclusivos de seus próprios capítulos e que só tem umas 30 páginas para _fingirem_ ser algo nas mãos de um autor preguiçoso. Mas, nem todos os personagens são qualquer coisa e chatos, existem exemplos bons e interessantes e acho que vale mais a pena focar em pelo menos um deles agora do que só repetir os mesmos pontos. Sakurai e Amano A dinâmica da dupla de protagonistas Sakurai e Amano é sem sombras de dúvidas um dos maiores pontos positivos do mangá como um todo, o jeito extremamente direto e insevivel do Amano de tratar as situações contraposto pelo jeito "Humano" do Sakurai é o que faz muito dos encontros dos dois com as Livingstones serem memoráveis e ver como em cada caso uma abordagem acaba sendo mais apropriada pra situação em questão do que a outra, não só mostra como não há um protocolo a se seguir de forma inflexível em cada cenário e que não tem um que tá fazendo do jeito errado e outro certo mas mostra também como esses dois se complementam como uma parceria. E isso é só um lado dessa moeda, o lado metódico dela, e nem toca na relação dos dois ainda e como isso é refletido nos seus designs, Amano com sua roupa urbana no ambiente de trabalho não só mostra de cara como ele não se importa com a sua ética de trabalho, como é um indício futuro do quão desleixado e alienado de si mesmo ele é e como o Sakurai, o típico salaryman frustrado que dá uma prioridade absurda aos protocolos de coletar as livingstones, acaba instintivamente assumindo a posição de responsável do Amano, comprando jogos pra ele e indo atrás dele quando ele some de vista pra impedir que ele se meta numa confusão, porque ele não quer que o parceiro dele faça besteira, é uma dinâmica tão boa e agradável que analisar os dois como personagens separados ia ser não só impossível como entediante, já que é essa própria dinâmica que propulsiona o arco de personagem dos dois, como também os dois por si só não são grande coisa individualmente, o arco de personagem do Amano é bom, mas não foi suficiente pra eu simpatizar com ele ao final do mangá e o Sakurai bem, ele tenta.... mas não vira muita coisa também. Eles dois como dupla são muito mais interessantes do que individualmente o que é algo bom ao meu ver e não um ponto negativo.
ARTE Se até agora pra falar bem de Livingstone eu preciso colocar uns 3 asteriscos relevando as coisas que eu não gosto, a arte da Kataoka vem contrapor isso, sendo a coisa mais próxima da perfeição dentro do mangá, a visão artística que ela teve em interpretar o mundo do Maekawa foi não só um dos principais motivos que me motivou a continuar lendo mas como também é essencial para dar vida ao mundo de livingstone, seja com o jogo de luzes que ela faz desenhando a atmosfera pesada de um quarto afetado a muito tempo por uma alma perdida, o jeito quase parasitíco que essas almas se manifestam e afetam as pessoas ou simplesmente as transições entre o mundo real e a história das almas perdidas que belamente guiam o olho do leitor somado com a expressividade do desenho dela que naturalmente melhora ao longo da publicação, faz com que seja uma maravilha ver e acompanhar a arte dela! E eu não tenho nada pra criticar de forma negativa, é simplesmente esplêndido e acabou sendo mais engajante do que a história pra mim. Vou reservar o espaço abaixo pra colocar exemplos da arte da Kataoka!
Conclusão Livingstone é um mangá textualmente medíocre e que é impedido de ser algo a mais por causa do desleixo do escritor em desenvolver ideias que são tão promissoras e interessantes, além do próprio colocar um escopo gigante pro mundo sem nunca propriamente explorá-lo, o que faz com que a experiência de ler seja uma decepção ainda maior, não só pelo potencial das ideias perdidas, mas de arte também, por serem acompanhadas pela arte incrível da Kataoka que acaba se tornando o ponto mais atrativo do mangá e é o que eu recomendaria pra quem ainda não leu o mangá, não ler esperando uma boa história, e sim uma aula em como a arte consegue contribuir narrativamente pros seus respectivos mangás. Muito obrigado por ter lido até aqui!
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SCORE
- (3.5/5)
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Ended inFebruary 5, 2015
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